A abóbora é uma planta da família das Cucurbitáceas, de caule rasteiro ou trepador. Algumas variedades são oriundas do Oriente Médio e Américas, mas atualmente é cultivada no mundo inteiro. Planta própria de climas quentes, requer temperaturas entre 20 a 27ºC para seu cultivo e produtividade. É sensível ao frio abaixo de 10ºC e geadas.

Várias espécies do gênero Cucurbita são conhecidas como abóboras. A Cucurbita maxima (abóbora-moranga ou jerimum) é originária do Peru e chegou à Europa depois da conquista espanhola em 1532. A Moranga exportação (fruto com casca alaranjada e polpa amarela) e a Moranga Coroa IAC (fruto com casca cinzenta e polpa amarela) são variedades bastante comerciais. Também conhecidas como abóboras são a Cucurbita moschata, que pode ter-se originado no México, mas presente há 5.000 anos nas Américas do Sul e Norte, e a Cucurbita pepo que é mexicana de origem, e cresce na América do Norte meridional há mais de 8.000 anos, chamada de abóbora-porqueira ou abobrinha verde.
O uso de sementes de abóbora na medicina chinesa data do século XVII, com relatos no combate de parasitas intestinais. As sementes são retiradas dos frutos completamente maduros e postas para secar rapidamente ao sol. Contém de 44 a 50% de fração oleosa (rica em ácidos graxos mono e poliinsaturados), elevado teor de fibras (23-27%) em relação às demais sementes, albuminas (proteínas – 37-40%), a cucurbitacina (um glicosídeo resinoso), sais minerais, especialmente zinco, magnésio e potássio, vitaminas do complexo B, sais do ácido fólico (folatos) e outras substâncias ainda desconhecidas.
A riqueza em cucurbitacina, substância que lhe dá a classificação botânica, confere à semente de abóbora reconhecida propriedade antiinflamatória, principalmente nas doenças da próstata e do sistema urinário. Cozida em água é uma boa indicação para o tratamento da bronquite. Além de ser um ótimo vermífugo para adultos e crianças.
O psicólogo Jonny Bowden (Doutorado em nutrição pela Universidade Clayton/EUA pela Saúde Natural), que se dedica à pesquisa dos alimentos há duas décadas, fez em 2008 uma lista dos 10 alimentos para os quais damos pouca atenção, mas que deveriam fazer parte da alimentação diária (*). O oitavo da lista são as frutas oleaginosas e o décimo da lista, reforçando, é a semente de abóbora, por ser uma boa fonte de magnésio, que segundo estudos franceses, homens com altas taxas de magnésio no sangue têm 40% menos chances de sofrer uma morte prematura do que aqueles com baixos índices.
Com tais características, a abóbora e sua semente são alimentos de interesse nutricional para crianças, adolescentes, gestantes, pessoas em convalescença e todos que desejam melhor desempenho de memória e inteligência.
As sementes são mais terapêuticas se consumidas frescas e cruas, com ou sem casca. Melhor ainda se deixadas de molho durante a noite e batidas num suco ou vitamina pela manhã. A semente de abóbora torrada e salgada, como normalmente comercializada, não apresenta o mesmo valor terapêutico descrito a seguir.
Rica em ácidos graxos monoinsaturados, pesquisas têm comprovado que o óleo contido nas sementes de abóbora apresenta resultados benéficos no tratamento de problemas da vesícula (congestão e cálculos) e próstata (hiperplasia).

Coração
O óleo contido na semente da abóbora é comparável ao azeite de oliva, quanto ao seu elevado teor de ácidos graxos monoinsaturados, já reconhecidos como benéficos ao sistema cardiovascular. Estudos revelam que o seu consumo diário tem efeito redutor das taxas de colesterol e triglicérides. As vitaminas A, B1, B2, E, Niacina, Ácido fólico, e os minerais magnésio, zinco, ferro, cobre, potássio, manganês, cálcio e selênio complementam este pacote alquímico que promove saúde ao coração.

Pressão sanguínea
Aposte na semente de abóbora para prevenir e tratar hipertensão arterial. Rica em potássio (919 miligramas), este mineral cumpre importante função no controle da pressão arterial. Homens e mulheres precisam consumir cerca de 2.000 miligramas de potássio/dia.

Prisão de Ventre
A concentração de fibras na semente de abóbora é bastante elevada, o que torna o consumo diário desta semente muito indicado na prevenção e tratamento da prisão de ventre. Mas não esqueça que: 1) a semente crua é muito mais benéfica que a torrada e, 2) o aumento do consumo de fibras deve ser acompanhado pelo adequado consumo de líquidos: água, sucos e alimentos crus.

Pele, cabelo e olhos
Rica em vitamina E (3,910 miligramas), uma vitamina de reconhecida ação antioxidante, o consumo diário desta semente pode ser um coadjuvante no combate ao envelhecimento precoce, não só da pele, como das células de todo o organismo. A dose recomendada para homens e mulheres é de 15 miligramas/dia.
Rica em vitamina A (6,2 microgramas), previne doenças como a degeneração macular. Vale um lembrete: mulheres precisam de 700 microgramas/dia, enquanto os homens precisam de 900 microgramas/dia.
O óleo extraído da semente de abóbora, usado tanto interna quanto externamente, auxilia no tratamento de queda de cabelo, quando combate o DHT (DiHidroTestosterona), que é o hormônio que penetra nos receptores dos folículos pilosos, iniciando um processo de enfraquecimento e perda dos cabelos.

Próstata
A semente de abóbora têm sido considerada um dos melhores tratamentos naturais na prevenção de problemas da próstata e trato urinário. Seus lipídios e alta concentração de zinco, melhoram a tonicidade dos músculos da bexiga, descongestionando a próstata. Ela pode ser ministrada como um coadjuvante na hipertrofia e inflamação da próstata, e também para prevenir quadros de inflamação da vesícula urinária.

Vermífugo
A abóbora está inscrita nas Farmacopéias Brasileiras I e II onde consta como parte usada a sua semente. Os autores, em geral, como Pessoa (1946:407), Youngken (1959:1105), Font Quer (1978:773), Claus & Tyler (1968:156), destacam a ação anti-helmíntica (vermífuga) das sementes de abóbora, particularmente no combate à tênia. O princípio ativo que lhe confere esta notável propriedade, são componentes ativos de caráter resinoso localizados no embrião e na membrana verde da semente: a cucurbitacina.
Alguns autores mencionam a semente crua e descascada outros a semente torrada. De qualquer forma, como é um tratamento de dose única, a indicação é de 100 a 150 gramas (crianças) e 200 a 250 gramas (adultos).